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Rara terrina com travessa
Estimativa
3.000 - 4.000
Sessão 2
22 Outubro 2024
Valor de Martelo
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Em porcelana da China para exportação
Decoração a azul e branco representando motivos vegetalistas e flores
Pomo da tampa em forma de enguia
Periodo Yongzheng (1723-1735)
(sinais de uso e pequena esbeiçadela)
16x36x27 cm (terrina) 33x44 cm (travessa)
Categoria
Porcelanas
Informação Adicional
Este raro e notável exemplar de porcelana chinesa de exportação, datado de cerca de 1730, distingue-se pelo seu design refinado em formato de faiança, com contorno oblongo e decoração em azul e branco. Embora seja comum que estas peças sejam decoradas com esmaltes famille verte, como serve de exemplo a que encontramos no acervo da Casa-Museu Medeiros e Almeida em Lisboa.
Este formato de terrina foi amplamente inspirado pelas peças produzidas na fábrica Guillebaud, em Rouen, por volta do ano de 1728.
Um conjunto de terrinas semelhante foi oferecido ao Duque de Montmorency-Luxembourg pela cidade de Rouen para celebrar a sua nomeação como Governador da Normandia. Além disso, um exemplar de Rouen, com tampa e base e com as armas de Lambert, seigneur de Lambermont et du Buisson, está ilustrado no Répertoire de la Faience Française (Paris, 1933), que oferece uma visão abrangente sobre a produção de faiança francesa.
Outro exemplo notável de uma terrina de Rouen encontra-se no Musée des Beaux Arts de Rouen, conforme descrito por W. B. Honey na obra European Ceramic Art (Londres, 1952). Embora o ornamento da tampa seja frequentemente referido como uma serpente ou cobra, estudos mais recentes sugerem que representa, na verdade, uma enguia, o que faz mais sentido no contexto da produção francesa, dada a relevância da enguia na culinária da época.
Adicionalmente, uma terrina de porcelana chinesa famille verte, com tampa e base, encontra-se no Musée de la Compagnie des Indes em Lorient, tendo sido incluída na exposição Cargaisons de Chine (26 de junho – 30 de novembro de 2002). Outro exemplo de uma terrina similar está em exibição na Abadia Berne em Heeswijk, North Brabant, e foi amplamente documentado por D. F. Lunsingh Scheurleer na obra Chinese Export Porcelain – Chine de Commande (Londres, 1974). Exposições nos Estados Unidos, como no China Institute in America, também destacaram este tipo de peças, com uma das terrinas da coleção Mottahedeh, ilustrada por Howard e Ayers, descrita em China for the West (Londres e Nova Iorque, 1978).
Estas terrinas refletem não só a mestria técnica dos artesãos chineses em replicar estilos europeus, mas também o vigoroso comércio e intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente, especialmente durante o século XVIII.
Bibliografia:
HONEY, W. B., European Ceramic Art. Londres: Faber & Faber, 1952.
HOWARD, David S. e AYERS, John, China for the West. Londres e Nova Iorque: Sotheby Parke Bernet, 1978.
LUNSINGH SCHEURLEER, D. F., Chinese Export Porcelain – Chine de Commande. Londres: Faber & Faber, 1974.
Répertoire de la Faience Française. Paris: 1933, vol. 4.
Leilão Terminado