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Rara moeda de 1 centavo de 1922
Estimativa
25.000 - 30.000
Sessão 2
10 Outubro 2013
Valor de Martelo
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Com número de certificado NGC 4153628-016
Estas moedas cunhadas em bronze (Cu 960-Sn 20-Zn 20) têm o diâmetro de 19,0mm e pesam 3,0g. Foram cunhadas entre 1917 e 1922 sendo seu autor e gravador Domingos Alves do Rego.
Aprovada a 26 de Outubro de 1917 (Lei 679 de 21 de Abril), e dada a urgência entrou imediatamente em produção. No ano seguinte aprovar-se-iam a 11 de Março as provas da moeda de 2 centavos, cuja urgência na produção, juntamente com a moeda de 1 centavo, levou à interrupção da cunhagem de outras moedas. Para o seu fabrico foi empregado o cobre em barras existente na Casa da Moeda (56 toneladas), o que permitiu a laboração contínua até Agosto de 1918. A falta de abastecimento deste metal devido ao estado de guerra e a não concretização da recolha das moedas de bronze da Monarquia que seriam refundidas e transformadas em moedas de 1 centavo e 2 centavos - levaram à interrupção da produção dessas moedas.
A falta de metal levaria à interrupção total da produção da Casa da Moeda entre Novembro de 1918 e Fevereiro de 1919. A compra de 50 toneladas de cobre em Março de 1919, e dos restantes metais necessários à fundição da liga de bronze (estanho e zinco), permitiu retomar a cunhagem das moedas de 1 e de 2 centavos a partir de Julho. Na 2ª metade de 1919, a falta de trocos aumentou de forma considerável, sendo constantes as reclamações e receando-se que provocassem alterações na ordem pública.
A 10 de Novembro, a Casa da Moeda informa o Banco de Portugal de que intensificou a sua produção tanto de cédulas como de moeda, elevando-a ao máximo que, com o seu actual maquinismo, é impossível atingir.
Também o Banco de Portugal ocorreu à premente necessidade de remediar a falta de trocos na circulação, emitindo desde 26 de Abril de 1918 as suas primeiras notas de 1 escudo e de 50 centavos.
O termo da guerra veio agravar ainda mais a situação monetária, pela alta de preços no exterior e pela rápida desvalorização cambial do escudo (2.200 %, de 1919 a 1924). As moedas de prata, cujo valor em metal já tinha atingido em finais de 1918 o seu valor facial, em Setembro de 1920, o dobro desse valor, desaparecem da circulação.
Os condicionalismos fabris e o agravamento da situação cambial (com o consequente aumento do preço das matérias-primas e dos metais) e da perda do poder de compra dos valores mais pequenos, a cunhagem e a emissão das moedas de cupro-zinco e de cuproníquel foram suspensas em Maio de 1922, recorrendo-se novamente ao expediente da emissão de cédulas de papel impressas na Casa da Moeda. Esta suspensão, que seria definitiva para as moedas de 1 centavo, explica também porque são raros os exemplares com a era de 1922, cuja produção no total de 2 150 000 moedas, juntamente com uma parte substancial da produção de 1921, ficou em depósito, sendo refundida em Junho de 1924 e aproveitada noutras amoedações.
Contudo, antes disso acontecer, alguém salvou seis exemplares dessa pequena moeda de 1 centavo com era de 1922, que são ainda hoje os únicos conhecidos daquela que é considerada a mais rara moeda da colecção numismática da República Portuguesa.
In A Grande História do Escudo Português A.M.Trigueiros
Categoria
Numismática
Leilão Terminado