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Grande lustre estilo Luís XV, modelo de Jacques Caffieri
Estimativa
20.000 - 30.000
Sessão 1
24 Junho 2020
Valor de Martelo
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Em bronze relevado, cinzelado e dourado
Decoração composta por motivos vegetalistas, flores, putti e pássaros
Botão de fecho em forma de pinha invertida e decorado com rosas
França, séc. XIX (2º metade)
(electrificado)
Alt.: 146 cm Diam.: 80 cm
Categoria
Objectos
Informação Adicional
O nome Caffieri está associado a uma importante dinastia de escultores e bronzistas italianos, provenientes de Nápoles, que trabalharam para a Corte francesa durante o século XVIII.
Foi a pedido do Cardeal Mazarin (1602-1661) que Philippe Caffieri (1634-1716) viajou até França para trabalhar como “sculpteur du Roi”. Com a sua morte o seu filho Jacques Caffieri (1678-1755), que depois de ter sido admitido como escultor na academia de Saint-Luc, já era mestre “fondeur-ciseleur”, continuou a trabalhar para a casa real francesa, e simultaneamente a fornecer uma lista de clientes particulares.
Da sua oficina, localizada na rue des Canettes, saiu uma quantidade impressionante de peças, principalmente bronzes dourados para adornar o mobiliário dos melhores ebanistas e marceneiros de Paris. Um exemplo é a cómoda entregue, no ano de 1739, pelo “ébeniste du Roi” Antoine-Robert Gaudreau, para o quarto do Rei Luís XV, que hoje encontramos na Wallace Collection.
É nesse mesmo museu que encontramos dois grandes lustres em bronze-dourado. Ambos estão assinados e datados. Sabe-se que o de 1747 foi uma prenda de casamento do Rei Luís XV à sua filha Marie Louise Élisabeth (1727-1759).
Datado desse mesmo ano é, também, o inventário do seu atelier, que permite identificar as caixas para relógios que produziu. Evidencia-se o relógio de cartel com mecanismo de Julien Le Roy que está no Getty Museum.
Mas, o seu trabalho mais reconhecido é o da caixa para o relógio astronómico produzido por C.-S. Passement e Dauthiau para o Rei Luís XV, que encontramos nos apartamentos do Rei em Versailles.
Infelizmente, algumas das suas obras desapareceram. É o caso de um conjunto de toilette em esmalte, realizado para o príncipe das Astúrias. Destino semelhante tiveram os seis candelabros e a grande cruz para o altar principal da Catedral de Notre Dame de Paris, que desapareceram durante a Revolução Francesa, mas que são muito similares aos que ainda encontramos na Catedral de Bayeux.
O lustre que agora apresentamos é uma versão do realizado por Caffieri para o Château d'Anet. Após a revolução francesa foi transferido para a biblioteca Mazarine em Paris onde ainda se encontra.
O facto da sua assinatura estar presente nas peças da sua autoria, manteve-o “vivo” durante todo o século XIX, tornando-o fonte de inspiração para os artistas desse século. E, embora o rococó, presente nas suas peças, deixasse o seu trabalho aberto a comentários de desaprovação, no ano de 1911 o seu nome entrou na Encyclopædia Britannica 1911.
Bibliografia:
Pierre Verlet, "Les Bronzes dorés Français du XVIIIe Siècle", 1987, p. 288;
Hans Ottomeyer & Peter Pröschel, "Vergoldete Bronzen", Vol I, 1986, p. 137;
Leilão Terminado