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“Catóblepa”, 1981
Paula Rego (1935-2022)
Estimativa
90.000 - 120.000
Sessão
7 Novembro 2019
Valor de Martelo
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Acrílico sobre papel
Assinado
54x74 cm
Categoria
Arte Moderna e Contemporânea
Informação Adicional
Exposição:
"Paula Rego", Casa das Histórias, Cascais, 2018/2019, Cat. pp. 13 e 51.
Nas pinturas de 1981 e 1982, Paula Rego recorre a criaturas animalescas referindo O livro dos seres imaginários de Jorge Luis Borges, publicado em 1957 sob o título original Manual de zoologia fantástica. A sua pintura de 1981 representando o Catóblepa, que em grego significa “aquele que olha para baixo”, é referido por Borges no seu livro, que citando Plínio (VIII, 32), diz o seguinte sobre esta criatura: “fera de tamanho e andar preguiçoso. A cabeça é notavelmente pesada, o que dá muito trabalho ao animal levantá-la; verga-se sempre para o chão. Não fosse esta circunstância e o Catóblepa acabaria com o género humano, pois todo
o humano que vê os seus olhos cai morto.”. Borges cita ainda o final da Tentação de Santo Antão (1874) de Flaubert: “O Catóblepa, búfalo preto, com uma cabeça de porco que prende até ao chão, unida às costas
por um pescoço fino, comprido e frouxo como um intestino vazio. Está esmagada na lama e as suas patas desaparecem debaixo da enorme juba de pelos duros que lhe cobrem o rosto.”. A ‘simplicidade’ das pinturas
de Paula Rego contrasta com as suas complexas narrativas. O imaginário da artista, fortemente ligado às fábulas e à cultura popular, transporta-nos para um fascinante mundo de fantasia onde bestas se fundem com humanos.
Bibliografia:
Jorge Luis Borges e Margarita Guerrero, 1966 (segunda edição). El libro de los seres imaginarios. México: Fondo de Cultura Económica, p.17.
Leilão Terminado