759
Busto do 1º Marquês de Sá da Bandeira
Maria Luísa de Sousa Holstein, 3.ª Duquesa de Palmela (1841-1909)
Estimativa
20.000 - 40.000
Sessão 2
16 Dezembro 2024
Valor de Martelo
Registe-se para aceder à informação.Descrição
Escultura em pedra mármore
Coluna em mármore negro
Assinada e datada de 1883
Alt.: 92 cm (busto) Alt.: 105 cm (coluna)
Categoria
Escultura
Informação Adicional
Proveniência:
Antiga colecção dos Duques de Palmela
Em 1880, a escultora Maria Luísa de Sousa Holstein expôs um busto do Marquês de Sá da Bandeira, na Exposição de Bellas Artes que foi destacado por Ramalho Ortigão no jornal Diário da Manhã de 23 de Julho daquele ano. Segundo Sandra Costa Saldanha, a principal estudiosa da obra artística desta escultora, trata-se de “uma primeira versão” para um segundo busto, igualmente em mármore que foi oferecido pela autora ao Museu Militar de Lisboa em 1883. Mais tarde, em 1909, foi executada uma cópia da mesma escultura, oferecida à Sociedade de Geografia.
Embora datada de 1883, tudo leva a crer que a obra em análise, que se manteve nas colecções da família de Maria Luísa, é a referida “primeira versão” exposta em 1880, podendo admitir-se que a realização da versão do Museu Militar a tenha motivado a só assinar e datar então a primeira peça da série.
Comparando as duas esculturas, elas coincidem quase integralmente na representação do busto, vestido e ornado com insígnia militar, mas divergem na disposição do rosto, olhando para o espectador, na “primeira versão,” e erguendo o olhar, na segunda. Mas ambas manifestam os mesmos valores estilísticos: o domínio exímio das tecnicidades, de acordo com o naturalismo que caracteriza a última fase da escultura académica europeia; o gosto de captar e representar a parecença fisionómica sem qualquer idealização do modelo. Com estas opções, o retrato final é uma memória e uma homenagem a um dos estadistas mais respeitados do liberalismo monárquico português que falecera em 1876.
Maria Luísa de Sousa Holstein assume-se, nesta e noutras obras, como, usando as palavras de Ramalho Ortigão, “uma artista na mais bela acepção da palavra”, na verdade a única mulher escultora que estava ao nível dos seus colegas, todos eles homens, de Anatole Calmels a António Teixeira Lopes.
Raquel Henriques da Silva
Leilão Terminado