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A Alegoria da Pintura entre os Homens da Real Academia de Belas Artes da Antuérpia e da Guilda de São Lucas
Balthasar Beschey (1708-1776)
Estimativa
30.000 - 50.000
Sessão 1
24 Junho 2014
Valor de Martelo
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Óleo sobre tela
Assinado e datado 1756
258x510 cm
Categoria
Pintura
Informação Adicional
"Pictura", personificação da pintura, surge representada com paleta e pincéis na mão e enverga medalhão com a silhueta da Imperatriz Maria Teresa, na época, patrona da Real Academia de Belas Artes da Antuérpia. Os homens que a rodeiam são membros do concelho da Academia, possivelmente os que envergam capas pretas, e da Guilda de São Lucas da Antuérpia, uma das mais antigas e importantes guildas da Europa. O artista, na época reitor da Guilda de São Lucas, será muito provavelmente a 4ª figura a contar da esquerda.
Criada em 1663 por David Teniers II, a Real Academia de Belas Artes da Antuérpia tinha como objectivo garantir a qualidade das artes produzidas, segundo pressupostos estabelecidos pela Guilda de São Lucas. Em 1749 as duas instituições passaram a ser geridas pelo governo da Antuérpia, que atribuía um director geral para o concelho da academia, de resto composto por mestres artistas. Segundo um pequeno guia de viagens datado de 1756, Balthasar Beschey fazia, à data, parte do concelho da Academia. Numa versão mais alargada desse mesmo guia, faz-se inclusivamente referência a uma obra representando a Alegoria da Pintura, sendo esta no entanto, atribuída ao director da Academia, Cornelis Lens. Sendo os dois contemporâneos e sendo a pintura de Lens conhecida essencialmente por representações florais, pode ter havido uma confusão no nome dos artistas, podendo a obra referida no livro tratar-se da obra aqui apresentada.
A colecção da Academia foi saqueada em 1794 por Napoleão e apenas parte retornou a Antuérpia para formar a base da colecção do Royal Museum of Fine Arts.
Foi provavelmente este o momento em que o quadro saiu de Antuérpia e acabou, mais tarde em Portugal.
Proveniência:
Colecção da Quinta da Torre de Santo António, pertencente ao Conde da Foz e a Dona Gertrude Emilie Schewetz, vendida em leilão pela Leiria & Nascimento em 1996. A colecção tinha como proveniências o recheio do Palácio Grimaldi, em Menton e o Palácio Foz, em Lisboa. A obra surge descrita como Madame de Sevigné entre os homens de letras e os artistas seus contemporâneos e, a sua origem, atribuída ao Palácio Foz.
Leilão Terminado