Leilão 143 Antiguidades e Obras de Arte, Pratas e Jóias

146

Conjunto de quatro saleiros duplos GUSTAVE ODIOT


Estimativa

5.000 - 8.000


Sessão 1

21 Outubro 2024


Descrição

Em prata de 950/000
Decoração relevada e gravada representando folhas tendo ao centro escultura de Anjo com grinaldas, escudo gravado com timbre heráldico
Dois com divisa SEMPER FIDELIS
Almas em prata dourada
França, séc. XIX
Marca de garantia de teor, marca de ourives Gustave Odiot (1763-1850), marca comercial ODIOT-PARIS e numerados 579 e 8014
(desgaste no dourado, ligeiras diferenças nos modelos)
França, séc. XIX

18x22x7 cm
2847,6 g


Categoria

Pratas


MAISON ODIOT: A ARTE E O ECLETISMO DA OURIVESARIA FRANCESA DO SÉCULO XIX

Gustave Odiot (1823-1912) pertence a uma ilustre dinastia de ourives franceses, sendo o herdeiro de uma tradição artística iniciada pelo seu avô, Jean-Baptiste-Claude Odiot (1763-1850), um dos mais célebres ourives do primeiro império francês. Foi Jean-Baptiste-Claude que contribui para o desenvolvimento do estilo Império, famoso pelo seu uso de motivos da antiguidade clássica, como esfinges e figuras femininas que sustentam vasos. As suas obras tornaram-se símbolos de poder e de grandiosidade nas cortes europeias, incluindo a francesa e a russa. No ano de 1827, a direcção da oficina passou para o seu filho Charles-Nicolas Odiot (1789-1868), que suavizou o estilo Império através da introdução de elementos mais delicados, como os querubins e as grinaldas de flores. Uma transição que refletiu o crescente interesse pelo revivalismo do rococó, que seria explorado por Gustave Odiot quando assumiu a direção da Casa. Ao longo do século XIX, a Casa Odiot tornou-se sinônimo de excelência da ourivesaria, estando envolvida em encomendas prestigiosas, incluindo obras para a família real portuguesa e para a nobreza de Portugal, como a Casa Palmela. A inovação, o ecletismo estilístico e a atenção ao detalhe marcam a obra de Gustave, posicionando-o como um dos maiores ourives da sua geração. A Obra de Gustave Odiot Gustave Odiot manteve a tradição familiar, mas expandiu a gama de estilos, adotando o ecletismo que caracterizou o Segundo Império Francês. Nas suas peças observamos uma simbiose entre estilos tão distantes como o renascimento italiano e o rococó francês, e isso levou à criação de designs únicos que apelavam à aristocracia da época. Além disso, Gustave introduziu inovações técnicas e estilísticas, como a utilização de temas orientais, refletindo a popularidade do estilo chinoiserie e japonismo da segunda metade do século XIX. A partir de 1869, em colaboração com Edouard Récipon, produziu diversas peças no estilo chinês. Reconhecimento e Legado Apesar da sua grandiosa obra, o nome de Gustave Odiot foi, por vezes, ofuscado pelo prestígio do seu avô. No entanto, com recentes biografias e estudos sobre a família Odiot, a importância de Gustave tem sido revalorizada. Ele foi apreciado tanto em França quanto no exterior, tendo sido nomeado ourives da corte russa em 1898, o que demonstra a abrangência internacional do seu talento. Hoje, as suas peças podem ser encontradas em importantes coleções privadas e museus como Louvre e o Victoria and Albert Museum.

Bibliografia: Jones, Vivien. Odiot: Masterpieces in Silver and Gold. Paris: Editions de la Réunion des Musées Nationaux, 1990. Augarde, Jean-Dominique. Les Odiot, Orfèvres et la Couronne. Paris: Flammarion, 2002. Dupré, Gérard. L'Orfèvrerie Française aux XVIIIe et XIXe siècles. Paris: Librairie des Arts Décoratifs, 1975. Museum Victoria and Albert. Masterpieces of European Silverware. London: V&A Publishing, 1989.

TIAGO FRANCO RODRIGUES



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