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Almería, 2010

Paulo Nozolino (n. 1955)


Estimativa

8.000 - 10.000


Sessão

4 Fevereiro 2016



Descrição

Prova em gelatina de prata colada sobre alumínio
Ed.: 1/3

120x80 cm


Categoria

Arte Moderna e Contemporânea


Informação Adicional

Paulo Nozolino é um dos mais importantes fotógrafos portugueses.
As suas imagens, invariavelmente a preto e branco e muito saturadas,
com um grão muito característico, são facilmente reconhecíveis também
pelos motivos registados: viajante incansável e colector de vestígios e
ruínas, Nozolino tem percorrido as mais variadas regiões do globo — do
mundo árabe a zonas conhecidas como palcos do horror e violência como
Auschwitz ou Sarajevo. O estímulo para fotografar é o sentimento de
injustiça, sem que o seu trabalho se confunda com a pretensa denúncia do
fotojornalismo. Embora no centro da sua prática possa estar a revelação,
nas suas palavras, da “decadência e [do] esboroar do mundo”, Nozolino
não acredita que as suas imagens possam mudar a realidade.
O título da fotografia aqui apresentada evoca uma zona geográfica
conhecida por ter sido cenário dos Western Spaghetti do realizador
Sergio Leone. Aquela zona do Sul de Espanha também é famosa pela
exploração da força de trabalho de migrantes do Norte de África,
desprovidos de quaisquer direitos, e pela xenofobia em relação a
minorias, nomeadamente a etnia cigana. Segundo Nozolino, a gruta que
a fotografia dá a ver foi justamente morada de ciganos numa Andaluzia
sob limpeza étnica. Esta imagem vem recordar-nos a história da figura
da gruta, que, além de esconderijo para cristãos perseguidos, foi ao
longo da história espaço de refúgio para proscritos, pobres, esquecidos
e doentes incuráveis.
De entre as suas últimas exposições individuais destacam-se “Bloom”,
Palais de Luppé, Rencontres d’Arles, França (2013); “Usura”, BES
Arte & Finança, Lisboa (2012); “Bone lonely / Far Cry”, Atelier des
Forges, Rencontres d’Arles, França (2009); e “Far Cry”, Museu de Arte
Contemporânea de Serralves, Porto (2005).



Leilão Terminado